Na nossas derivações até o momento, usamos as condições de
contorno nulas, isto é . Os modelos reais utilizam uma
condição um pouco mais realista, advinda dos modelos de atmosferas
estelares.
Quando discutimos transporte radiativo,
escrevemos a
equação de transporte radiativo
em um elemento com coeficiente de emissão jν:
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(1) |
onde ds é o elemento de distância (comprimento) com
coeficiente de absorção Kν,
atravessado pelo feixe de luz de intensidade específica Iν.
A profundidade ótica foi definida como
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(2) |
de modo que
.
A função fonte é definida pela equação
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(3) |
Em equilíbrio termodinâmico local (ETL),
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(4) |
e nenhuma radiação será transportada. Para
simplificar, estamos neste momento tratando do caso integrado em
freqüência e isotróprico. Como
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(5) |
Mas sabemos que em
equilíbrio termodinâmico local
(ETL)
, logo
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(6) |
isto é, em ETL
a função fonte é dada
pela função de Planck .
Se dividirmos a eq. (1) por , podemos escrever
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(7) |
ou
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(8) |
que podemos integrar, obtendo
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(9) |
Se a função fonte for independente da profundidade ótica,
Se houver equilíbrio termodinâmico local,
e são iguais a
e ,
onde é a temperatura na camada onde .
Para ,
e
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(12) |
O fluxo através da superfície da estrela, integrado
sobre todas as freqüências é dado por
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(13) |
Substituindo
, obtemos
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(14) |
Se considerarmos uma atmosfera plano-paralela e
assumirmos que o coeficiente de absorção
é independente da freqüência, podemos escrever
a equação de transporte radiativo como:
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(15) |
onde é o ângulo entre a normal e a direção considerada.
Integrando sobre freqüência,
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(16) |
Integrando-se agora a eq. (16) sobre o ângulo
sólido
, e lembrando-se das
nossas definições:
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(18) |
e
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(19) |
podemos escrever
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(20) |
Como em uma atmosfera estelar plana o fluxo é constante
(define-se uma atmosfera plana justamente para não
termos a variação de área de uma casca esférica),
esta equação
se reduz a
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(21) |
Multiplicando-se a equação (16) por
e integrando-se sobre o ângulo sólido, obtemos
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(22) |
e sua integral
Se assumirmos que pode ser aproximado como
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(24) |
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(25) |
isto é, o fluxo saindo da estrela é dado por e o fluxo entrando
na estrela por ,
podemos integrar as equações (17), (18) e (19) obtendo:
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(26) |
|
(27) |
e
|
(28) |
Tendo em vista que não existe entrada de radiação pela atmosfera,
assumimos que para . Logo em
e a constante da equação (23) pode ser obtida:
Portanto
podemos escrever a equação (23) como
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(29) |
Sabemos que nas condições de equilíbrio termodinâmico
local e assumindo independente da freqüência,
a função fonte (eq. 3) é dada pela função
de Planck, e podemos escrever
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(30) |
onde é a função de Planck.
Como
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(31) |
podemos escrever eq. (29) como
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(32) |
e como o fluxo é dado por
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(33) |
A eq. (32) pode ser escrita como:
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(34) |
demonstrando que a temperatura é igual à temperatura efetiva para
.
Da nossa definição de temperatura efetiva:
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(35) |
e
para uma profundidade ótica ,
podemos usar a equação de equilíbrio hidrostático
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(36) |
e a definição de profundidade ótica
para escrever
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(37) |
e integrar
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(38) |
e finalmente, substituindo
obter uma estimativa para a
pressão na fotosfera de
onde representa a opacidade na fotosfera.
Esta é a pressão na fotosfera, isto é, na mesma camada com
T=Tef.
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Astronomia e Astrofísica
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Modificada em 7 set 2011