A fórmula para a amplitude de uma pulsação modo-g, em uma anã branca DAV, obtida em Robinson, Kepler & Nather (1982), é:
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Cancelamento |
0 | 5/6 | 0,833 |
1 | 7/12 | 0,583 |
2 | 31/120 | 0,258 |
3 | 1/24 | 0,042 |
4 | -1/48 | -0,021 |
Note que embora para uma DAV a deslocamento radial de uma
pulsação seja somente da ordem de um metro,
o termo
garante que a pulsação cubra
a superfície da estrela e, por isso, o termo
é constante com
,
pois corresponde ao número inteiro de comprimentos
de onda em
.
Mode Trapping
O mecanismo de filtro que seleciona que modos são excitados para amplitudes observáveis, dentro todos os autovalores possíveis, mode trapping, foi estudado por Don Earl Winget, Hugh M. van Horn & Carl J. Hansen (1981, Astrophysical Journal, 245, L33) e Alejandro Hugo Córsico, Leandro G. Althaus, Omar G. Benvenuto, & Aldo M. Serenelli (2002, Astronomy & Astrophysics, 387, 531).
Das observações, vemos que para as pré-anãs brancas DOVs, com
K a 75000K
e
a 7.5,
têm centenas de modos excitados,
as anãs brancas DBVs, com
K a 29000K
têm dezenas de modos excitados, e
as DAVs, com
K a 12270K têm poucos modos excitados.
Nas pré-anãs brancas, as camadas superiores ainda são de composição
química homogênea, pois estas estrelas recém saíram do Ramo
Assintótico das Supergigantes, com extensas camadas de convecção.
As zonas de transição de composição química ocorrem
principalmente entre o núcleo de C/O e as camadas mais externas.
É interessante notar que mesmo a estrela quente PG 1159-035,
entretanto, já apresenta mode trapping, como detectado
por José Eduardo da Silveira Costa em sua tese de doutorado
(Costa et al. 2006).
Como a estrela é bem quente, a energia disponível para
pulsação é alta, e os modos de pulsação detectados
têm
-50. Como as zonas de transição são
ainda bastante inclinadas, já que a difusão gravitacional ainda está
no início
(
anos),
centenas de modos de pulsação têm comprimentos de onda
efetivos similares às cavidades equivalentes descritas pelas
zonas de transição. Por isto muitos modos são observados.
Para as DBVs,
as camadas de transição
já têm gradientes mais fortes, pois a difusão ainda está
em curso mas já passou por várias escalas de tempo de
difusão, e já separaram as camadas de He razoavelmente,
levando os elementos mais pesados para o interior.
Como as pulsações têm
-20 face à temperatura
mais baixa, somente dezenas de modos de pulsação têm comprimentos de onda
efetivos similares às cavidades equivalentes descritas pelas
zonas de transição.
Já para as DAVs, a energia disponível para pulsação
é baixa face à reduzida energia térmica disponível
nas camadas externas, e somente os modos com são
excitados e, portanto, os comprimentos de onda efetivos são
longos. Como a difusão já separou completamente as
camadas de composição química diferentes,
existem pelo menos três zonas de transição:
C/O, He e H, que amarram os modos de pulsação.
Estas transições abruptas também explicam
o fenômeno de cruzamentos proibidos (avoided
crossings), pois os modos não conseguem ultrapassar
as barreiras das transições até que suas
energias sejam altas o suficientes, e aí
já têm energia suficiente para chegar até
a outra barreira, com períodos similares
aos daquele que correspondem a esta outra
cavidade.