Partes do olho humano.
A retina tem aproximadamente 0,5 mm de espessura. Ela é revestida de um pigmento preto, a melanina, para reduzir a reflexão da luz.
Os receptores da retina são de dois tipos:
Os bastonetes têm máxima sensibilidade próximo de
5100Å, enquanto os cones próximo de 5500Å
[Johannes Evangelist
Purkinje (1787-1869)].
Esta diferença de sensibilidade espectral pode causar
diferenças na estimativa de magnitude de duas estrelas,
uma brilhante e uma fraca.
O diâmetro da pupila pode variar de 1,5 mm a 8,0 mm,
sendo necessário cerca de 5 segundos para a pupila se contrair (miose)
ao máximo e 300 segundos para se dilatar (midríase) ao máximo.
Ao passar de um lugar iluminado para um escuro,
o tempo de regeneração da rodopsina dos bastonetes
é da ordem de meia hora.
A rodopsina tem um peso molecular
de cerca de 40 000 unidades de massa atômica, e
perde fragmentos da ordem de 286 unidades de massa atômica,
o retinaldeído, quando a luz incide sobre eles,
e vagarosamente se regenera.
A quebra da rodopsina causa uma mudança na permeabilidade
da membrana da célula do receptor a íons de sódio e, portanto,
uma diferença no potencial elétrico, que se propaga pelo
nervo ótico ao cérebro.
A fadiga ocular ao olhar fixadamente para uma fonte pequena
ocorre por depleção do pigmento nas poucas células envolvidas,
e pode ser reduzida desviando levemente o olhar
para focar a imagem em outras células.
Aproximadamente 10 fótons
são necessários para ativar cada bastonete, mas vários bastonetes
precisam ser ativados para que um pulso seja enviado ao
cérebro, num total de cerca de 200 fótons.
Incluindo a combinação de receptores diferentes, alterações
na pigmentação e ajustes da abertura, o olho pode diferenciar
iluminações da ordem de um fator 109 a 1010.
A resposta à iluminação é logarítmica (lei de Weber-Fechner,
Ernst Heinrich Weber (1795-1878) & Gustav Theodor Fechner (1801-1887)].
Esta é a razão pela qual a escala de magnitudes proposta por
Hiparcos de Nicéa (c.190 a.C.-c.120 a.C.) é logarítmica.
O limite de visibilidade normal do olho, magnitude=6,
corresponde a cerca de 3×10-15 W,
mas o envelhecimento normal leva uma pessoa de 60 anos
a receber somente cerca de 30% da luz comparado com uma pessoa de 30 anos.
As imagens formadas pelo olho são invertidas.
Após os 50 anos, o cristalino em geral perde sua elasticidade e,
portanto, sua capacidade de mudar de forma,
levando à presbiopia. A distância entre o cristalino
e a retina permanece fixa em cerca de 20 mm,
de modo que a distância focal do cristalino precisa se
alterar para permitir a focalização, por exemplo,
diminuir para objetos próximos.
À opacificação do cristalino chama-se catarata.
A rodopsina e a iodopsina são constituídas de vitamina A (11-cis-retinal)
ligadas a moléculas de proteína
(opsina para os bastonetes, fotopigmentos
vermelho, verde e azul para os cones). A redução no organismo da quantidade
de vitamina A pode levar à não formação
da púrpura visual suficiente para a atividade da vista.
O poder de convergência de uma lente é dado em dioptrias (Di) e
é definido como o inverso da distância focal. A córnea tem
cerca de 43 dioptrias e o cristalino de 13 Di, para objetos
distantes, a 26 Di para objetos próximos.
Como
o índice de refração do ar é n=1,0002 e da córnea 1,3376,
os raios luminosos são bastante desviados pela córnea.
Já na água (índice de refração n=1,33) a córnea tem seu poder de
focalização reduzido.
O olho humano tem caminhos diferentes para a radiação de baixo comprimento
de onda (azul) em relação à de longo (vermelho)
[D. H. Kelly (1974) "Spatio-temporal frequency characteristics of color-vision mechanisms",
Journal of the Optical Society of America, 64, 983], resultando em menor
resolução espacial para o azul (15′), enquanto que no vermelho chega
a 4′ [G. S. Brindley (1954), "The summation areas of human colour-receptive mechanisms at increment threshold", Journal of Physiology, 124, 400].
Mais recentemente,
Joy Hirsch e Christiane A. Curcio, no artigo de 1989, "The Spatial Resolution of Human Fovael Retina", Vision Research, 1989, 29(9), 1095,
calculam a resolução dos cones do olho, a partir das medidas de seus tamanhos e distribuição, e concluem que é da ordem de 1′,
mas as medidas listadas no artigo são entre 1 e 2′.
No domínio temporal, a integração é da ordem de 100 ms (10 Hz)
no azul e 30 μs (30 a 60 Hz) no vermelho,
para altos níveis de radiação [J. Krauskopf & J. D. Mollon (1971)
"The independence of the temporal integration properties of individual chromatic mechanism in the human eye", Journal of Physiology, 219, 611].
Eclipses
Ao chegar nos receptores, a luz passa pelas partes externas das
conexões nervosas que levam a informação ao cérebro
antes de chegar nos sensores,
rodopsina
(púrpura vermelha) para
os bastonetes e
iodopsina (púrpura violácea) para os cones.
Embora a sensibilidade
dos cones sejam somente 1% da máxima dos bastonetes, os
três tipos diferentes de cones combinam seus efeitos
para produzir nossa visão de cor. Em baixos
níveis de luz (visão noturna), somente os bastonetes são ativados pela
radiação, e a visão é somente em branco e preto.
O Sol
Astronomia e Astrofísica
Modificada em 9 abril 2012